Sobre terapias e verdades

Assisti recentemente “Terapia do amor”, filme com Uma Thurman (sempre jovem) e a ótima Meryl Streep (que parece aquela tia ou avó que todos gostaríamos de ter). Meryl interpreta a terapeuta que faz a análise da namorada do filho, sem saber quem ela era. No final, fica entre a cruz e a espada quando descobre tal situação.

Egoísta, insegura e superprotetora, a personagem de Meryl Streep pega de surpresa o público quando deixa de interpretar o papel de terapeuta e passa viver o papel de mãe, não da Dra. Lisa, mas simplesmente Lisa, no melhor estilo “faça o que eu digo, mas não faça que eu faço”.

“Eu não acredito em psicólogos que dizem nunca terem feito terapia um dia”, disse certa vez uma professora minha do curso de Psicologia. Perguntei se ela utilizava as mesmas técnicas em família. Então ela respondeu: “O que eu uso em sala de aula não é aquilo que uso em casa. Em casa, sou mãe, não professora.” Esses dois fatos me deixaram confusa. Para mim, psicólogos não separavam a teoria da prática.

Em outro momento, ouvi uma amiga minha dizendo: “Psicologia é um curso complicado. Se você vir um médico enchendo a cara é uma coisa. Agora, se você vir um psicólogo enchendo a cara, você vai estranhar”.

Então entendi que essa coisa de que psicólogos são serem perfeitos, na verdade, é senso comum. Freud e Carl Jung, entre outros, foram mentes que se dedicaram ao estudo da psique humana e seus tratamentos e, nem por isso, deixaram de passar por questionamentos e problemas terríveis com família, amantes e amigos.

Psicologia é ciência pura e o fato de ser psicólogo não exclui a pessoa de seus defeitos, questionamentos, pois, acima de tudo, somos humanos e, portanto, passíveis de erro e cheios de subjetividade. O que as pessoas têm é uma visão deturpada da profissão. Há também o desespero de achar que podem cobrar pessoas perfeitas e procuram por tais seres. Como se, em sete bilhões de pessoas, cada uma pisando um pedacinho da Terra, pudéssemos achar isso…

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